quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Site do Abílio Diniz - Espiritualidade


Por:Carolina Beu

Shiva: o deus das transformações Conheça uma das principais divindades do hinduísmo...



No mês de fevereiro, a filosofia Hindu celebra o Mahashivratri, festival sagrado em homenagem ao deus Shiva.

 Considerado o grande arquétipo da transformação do universo e destruição do ego humano, Shiva compõe a chamada Trimurti (ou trindade) de deuses que simbolizam as virtudes e energias de Brahman, o Criador Supremo. 

Os três avatares que compõe a força superior são considerados os mais importantes para a teologia hinduísta.

“Aqui no ocidente costuma-se associar as representações das divindades a ‘deuses-homens’.

 Na verdade, Brahma, Vishnu e Shiva são todos símbolos das energias atribuídas ao mesmo criador, Brahman”, explica Margareth Gonçalves, praticante de Suddha Raja Yoga e fundadora do Instituto de Cultura Hindu Naradeva Shala.

 Por essa razão, o hinduísmo é considerado, ao mesmo tempo, uma expressão mono e politeísta, pois sustenta a ideia de que a força única e criadora do universo é composta por diversos princípios, que são adorados como deuses.

Com aproximadamente 4 mil anos de existência, o hinduísmo ocupa hoje o posto de terceira maior religião do mundo, ficando atrás apenas do islamismo e do cristianismo.

 Em termos gerais, essa filosofia abarca diversas tradições e variações que resguardam afinidade com os aspectos culturais e psicológicos dos diversos povos em que é manifestada. 

“O conceito do hinduísmo é capaz de abranger qualquer ciência, filosofia ou crença.

 Ao contrário da nossa, a cultura oriental não separa esses elementos, de forma que um não sobrevive sem o outro”, afirma Margareth.



Roda de Samsara

Shiva, aquele que remove a ignorância, destrói o ego e oferece a luz do conhecimento, também é considerado o ‘dançarino cósmico’.

 Segundo a lenda Shiva Nataraja, é por meio de uma dança, chamada Tandava, que a divindade conserva e ‘destrói’ o universo.

 “Ao lado de sua vertente feminina, a Parvati, ele mantém o equilíbrio entre o movimento, a criação e a energia, em todos os sentidos”.

 Por essa razão, explica Margareth, o caráter feminino é tão importante para o hinduísmo, pois representa a completude das divindades.

Acredita-se que só por meio do conhecimento e da meditação é que o homem torna-se liberto de seus carmas negativos e ciclo de renascimento e morte, princípios de sofrimento que regem a roda do mundo (samsara). 

“Shiva representa o rompimento com as manias e os dogmas. 

Aqui no ocidente é muito comum ouvir que ele é o ‘deus da destruição’, pois seu legado nos indica o caminho para exterminar o ego, a ilusão, o desamor e, principalmente, nos ajuda a mudarmos para melhor”, diz a sacerdotisa.



A imagem acima é uma clássica representação shivaísta, cujos elementos simbolizam:

Roda de fogo: transformação, domínio da criação;
Pote de água: que indica a renúncia e a purificação
Colar de sementes: é a representação da disciplina
Tambor: chamado de damaru, é a marca do tempo e da criação
Lua: elemento que faz alusão à mente, ao ego e às transformações
Cabelo: sempre comprido e emaranhado, representa a austeridade
Cinzas: representa a ignorância, a ilusão
Terceiro olho aberto: visão que vai além dos olhos mortais
Tridente: destruição do ego físico, emocional e mental
Cobra: representa a sabedoria
Posição de lótus: prática de meditação, que simboliza a auto-realização